Wednesday, February 14, 2007

To Jag or not to Jag

Ha pequenas coisas que distinguem a vida que tivemos e o presente com que vivemos. Na iminente vontade e alegria da mudanca, ha sempre momentos pendentes que nos deixam duvidosos. Decisoes que tomamos e que nos assolam com perguntas tais como os cliches do "onde estarei daqui a uns anos", o "que pode isto provocar no meu futuro", qual a linha que agora a minha vida toma" "que coisas ficam diferentes agora e que poderiam ser de outra forma, se outra decisao tivessemos tomado", 2quais as consequencias das minhas accoes"... Bom, basicamente, refiro me a... cagadas. Nao penso assim. Quando tomo uma decisao, tomo-a com vontade, sem medo e "pra frente que atras vem gente". Se hoje sou produto do que fiz e decidi ate este momento, entao qual podera ser o receio? Fiz asneiras? Sim e bem grandes. Aprendi com os meus erros? Com alguns, porque outros, continuo a faze los. Quero ser diferente? Nao necessariamente. Gostava de ter feito menos merda? Talvez sim, talvez nao, ate porque quando a merda é correctamente pesada e as consequencias retiradas, entao acho que é a melhor e, honestamente, unica forma de aprender. Mas com esta conversa toda, sem qualquer nexo, que quero dizer? Bom, refiro me a esse subliminar movimento geografico que nos escarna o espirito e nos perscruta a mente, por entre a existencial duvida da mudanca e eloquente iminencia da dualidade do sucesso e do fracasso: a emigracao. É verdade, sou emigra e, ate ao momento nada tenho que me arrependa da decisao tomada. É verdade que neste prelúdio da viajem me apercebi que o fiz porque nao estava bem onde estava e claramente anseava mais para a minha vida do que o meu pais me permitiria. Pelo menos de forma tao iminente. Se é verdade que se diz que "se o amas, fica, nao fujas", nao menos verdade é que a distancia constroi pontes, ilumina vontades e, porque nao, fortalece lacos. Nao me arrependo de nada é certo, mas admito que cresce em mim uma constante paixao, o amor platonico causado pela distancia, a vontade do regresso sempre acompanhado da crua verdade de que nao e apenas pela vontade de as coisas mudarem que elas mudam. Por muito desejo que exista que as coisas melhorem para que possa voltar ao jardim á beira mar plantado, nao posso esconder que a nocao de segunda patria e muito real, e de facto, o habito é uma condicionante.
Por isto tudo acredito que tomei a decisao correcta e por isto tudo ao fim de um ano comprei casa, tenho condicoes de existencia que nunca poderia ter em Portugal e por tudo isto considero que a decisao foi bem tomada... Por tudo isto, e por ser um fanatico de carros, quero ser verdadeiramente um tuga em Inglaterra e comprar um Jaguar... o problema é que ela nao deixa, mas nao sei porque esta sera mais uma decisao que vou deixar para me arrepender mais tarde... e por isso digo que "to JAG or not to JAG" nao sera so uma decisao... mas uma afirmacao de ausencia de ressentimento de espirito, de busca por um presente diferente do que teria se a decisao tivesse sido outra, e mais a mais, pela ideia de que nao emigrei apenas para mudar de vida, mas para viver.